Todas as águas que naveguei para escrever meu novo romance
Um Naufrágo que Ri pretende dialogar com toda a literatura e toda a arte que consumi nos meus 55 anos de vida: de Walt Disney (de onde você acha que tirei essa história de gatos que conversam com cachorros em porões de aviões e se deleitam em divagações sobre o sentido da vida?) a Dostoiévski (de onde você acha que eu tentei tirar o pathos dramático de Antonio Martiniano nas cenas em que ele realiza palestras na universidade?). De Graciliano Ramos a Machado de Assis (os graaaaaandes escritores brasileiros em todos os tempos). Tudo, nome de personagens, frases inteiras, sentimentos, são assumidamente influenciados por tudo o que li na vida, são absolutamente surrupiados de tudo que li na minha vida e dos milhares de filmes a que assisti na vida. A propósito, caixa-preta, que é uma imagem que uso muito no livro e que voltou a ser usada no decorrer dessa entrevista, é o nome de um dos mais magníficos livros de Amos Óz. Nesse sentido, meu romance é assumidamente autobiográfico: tudo o que eu amo em termos de literatura, de cinema, de teatro e de poesia está lá, escancaradamente, ou apenas entre linhas, sutilmente, subliminarmente. Há sim, claro, estreitas relações entre Ravic e Brás Cubas (guardadas as devidas proporções; nem que eu viva 200 anos me tornarei sombra sequer de um Machado de Assis). Mas quer saber de uma coisa? Ravic tem mais a ver com certo burro-herói, e apaixonante, de livrinho que talvez tenha sido o primeiro que li em toda a minha vida: Memórias de um Burro, escrita por uma certa Condessa de Ségur. (Trecho de entrevista concedida ao repórter João Nunes, do Correio Popular, de Campinas)
terça-feira, 15 de setembro de 2009
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